domingo, 7 de junho de 2009

Poema a um estudante.

Mancebo sem dinheiro, bom barrete,

Medíocre o vestido, bom sapato,

Meias velhas, calção de esfola-gato,

Cabelo penteado, bom topete.

Presumir de dançar, contar falsete,

Jogo de fidalguia, bom barato,

Tirar falsídia ao moço do seu trato,

Furtar a carne à ama que promete.

A putinha aldeã achada em feira,

Eterno murmurar de alheias famas,

Soneto infame, sátira elegante.

Cartinhas de trocado para a Freira,

Comer boi, ser Quixote com as Damas,

Pouco estudo, isto é ser estudante.

Gregório de Matos

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